Muitas pessoas ainda têm sérias dúvidas quando o tema é “lubrificantes de motor”. Independentemente do perfil do veículo, são questões que acompanham todo o processo de manutenção.
Foi pensando nisso que a Royal chamou um dos maiores conhecedores de óleos lubrificantes do país para tirar dúvidas. As dicas dele são a base do guia que você pode ver a seguir e que tem informações preciosas para suas próximas escolhas.
Mas afinal, o que são lubrificantes automotivos?
Lubrificantes são uma mistura de óleos básicos (minerais e/ou sintéticos) com aditivos de finalidades específicas, influenciando em seus níveis de desempenho e classificação de viscosidades.
Para Everton Muoio Gonçalves, que tem mais de 30 anos de experiência em diversas áreas relacionadas a lubrificantes automotivos, os aditivos adicionados aos óleos básicos proporcionam propriedades de desempenho que geram diversos benefícios particulares para as linhas de motores, transmissões, direções, entre outros.
Boa leitura!
É importante destacar que os lubrificantes de motor devem atender normas técnicas de diversos organismos internacionais. São os comitês, associações e institutos que especificam os níveis de desempenho que os óleos devem atender, garantindo a qualidade e a eficácia dos lubrificantes.
Uma das normas mais importantes e que garante que o lubrificante tenha um correto desempenho na hora da partida do motor (quando ainda se encontra frio) é a SAE J 300, que normatiza as viscosidades dos lubrificantes de motor a baixas e altas temperaturas.
Confira a tabela com graus de viscosidades e limites:
Seguindo a tabela apresentada e para sua melhor compreensão:
Viscosidade: É definida pelo tempo de escoamento do óleo a dada temperatura. É a propriedade mais importante do óleo lubrificante. Ela dá a indicação do comportamento do óleo em altas e baixas temperaturas. A viscosidade cinemática é definida como a resistência do óleo ao escoamento a uma determinada temperatura em um dado tempo. É determinada através de um aparelho, conhecido como viscosímetro.
Graus de viscosidade: A viscosidade de um óleo automotivo. Exemplo: na “SAE 5W30”, 5W terá a viscosidade máxima de 6.600 cP a -30 °C, conforme as duas primeiras colunas da tabela “SAE J300” acima. Já o número expresso à direita da letra “W” (30) terá a viscosidade SAE 30 a 100 °C, com o seu limite mínimo de ≥9,3 cSt a 100 °C e máximo de <12,5 cSt a 100 °C especificados na primeira e na quarta colunas da tabela SAE J300 acima.
Os lubrificantes devem ter uma viscosidade, de acordo com a tabela “SAE J300/2015”, sempre com seus limites mínimo e máximo, tanto em altas quanto em baixas temperaturas, enquadrados em um dos níveis de viscosidade da “SAE J300/2015”.
Existem diversas normas internacionais de especificações de desempenho além daquelas regidas pelas montadoras de veículos e equipamentos. A mais conhecida é a norma API – traduzido para o português como Instituto Americano de Petróleo (American Petroleum Institute), foi elaborada por um grupo técnico em conjunto com a ASTM (American Society Testing Materials). Ela é quem define a classe de desempenho dos lubrificantes para motores a gasolina e para motores a diesel.
Motores Gasolina (óleo S = Serviço/Spark). Seus diferenciais se baseiam na quantidade e qualidade dos aditivos utilizados para as categorias:
Norma API – Motores Diesel Pesado (óleo C = Comercial/Compression).
Para motores pesados, o desempenho se diferencia a partir dos mesmos critérios utilizados para motores movidos a diesel. Veja:
Com o advento das novas tecnologias e mudanças de mercado, hoje temos a primeira legislação de Fuel Economy para HD levando a uma nova categoria API.
De acordo com o site API, “esses óleos são misturados a uma faixa de viscosidade em alta temperatura e alto cisalhamento (HTHS) de 2,9cP a 3,2cP para ajudar na redução de emissões (GHG). São principalmente eficazes em sustentar a durabilidade do sistema de controle de emissões quando filtros de partículas e outros sistemas avançados de pós-tratamento são usados”.
Outra norma existente no mundo de lubrificantes é a ILSAC. Desenvolvida pelo Comitê Internacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes, que é um órgão responsável pelo desenvolvimento das especificações para óleos de motor. De origem oriental, o comitê é representado pelas entidades da Aliança dos Fabricantes de Automóveis (AAM) e a Associação Japonesa dos Fabricantes de Automóveis (JAMA).
ACEA é uma norma adaptada às novas e atuais tecnologias de motor e respeitam os interesses ambientais e governamentais da Europa (Associação de Construtores de Automóveis Europeus). Sendo assim, desde 1996 existem atualizações em versões da norma.
Suas categorias são:
A maioria dos OEMs (Original Equipment Manufacturer) desenvolveu especificações próprias, muitas vezes construídas sobre os requisitos mínimos da API, ILSAC & ACEA.
Tecnicamente, o princípio é semelhante: as necessidades que estão sendo transcritas no desempenho em testes de laboratório ou de motores específicos.
Consumidores podem optar por usar esses produtos registrados ou marca do fabricante de lubrificantes, produtos ou outras marcas que satisfaçam as especificações a que o fabricante se refere a um mínimo. O máximo permitido para intervalos de troca podem, no entanto, ser distintos.
Elaboramos um guia de respostas para você ter sempre a mão quando necessário. São dúvidas comuns dos usuários sobre lubrificantes de motor.
O lubrificante deve ser escolhido de acordo com a recomendação contida no manual de seu veículo. Nele, além da especificação do lubrificante a ser utilizado, constam também a quantidade a ser colocada e o período de troca deste lubrificante, de acordo com o tipo de utilização.
Deve ser seguida a recomendação do fabricante do veículo. Essas recomendações são baseadas em especificações e podem contemplar, além das classificações de viscosidade, como SAE 5W30, SAE 5W40, SAE 10W30 as classificações de desempenho como a API (veículos americanos), a classificação ACEA (veículos europeus) e o tipo: mineral, semissintético e sintético. Existem ainda as classificações das próprias montadoras. Quanto à diferença entre os lubrificantes, deve-se considerar que os produtos classificados sob mesmo grau de viscosidade e nível de desempenho apresentam resultados de desempenho muito semelhantes.
Não é verdade. O que acontece é que em determinadas situações de uso, a montadora recomenda, por exemplo: “trocar o óleo lubrificante a cada 10.000 quilômetros ou a cada 6 meses ou 1 ano”. Leve em consideração o que ocorrer primeiro!
O complemento de nível deve ser feito quando o nível do óleo estiver abaixo do nível mínimo indicado na “vareta de nível”. Essa verificação deve ser feita com o motor frio, pois com isso o óleo estará no cárter do motor e informará o nível correto.
Sim, é o melhor. Com o motor quente, o lubrificante escoará para fora do cárter mais rapidamente e com maior facilidade.
O óleo lubrificante deve estar entre as marcas mínima e máxima da vareta. Tanto a falta de lubrificante quanto o excesso, são prejudiciais ao funcionamento do motor.
Não. O consumo de óleo é normal e varia de motor para motor – está diretamente ligado ao projeto do motor. Isso não quer dizer que um motor que consome menos lubrificante é melhor do que o que consome mais. Existem outros fatores que fazem com que o motor consuma mais lubrificante que o informado em alguns manuais de veículos – é fundamental a manutenção periódica do seu carro para que isso não ocorra devido a falhas mecânicas.
Sim, é possível, desde que esses óleos cumpram todas as especificações daquela montadora.
Existem várias diferenças entre os óleos minerais e sintéticos. Do ponto de vista de aplicação, que é o que mais interessa ao consumidor, é que o sintético tem algumas características de desempenho melhores do que os minerais, tais como: maior resistência da película de óleo, melhor comportamento em baixas e altas temperaturas, maior resistência à oxidação, melhores propriedades de resistência ao atrito etc.
Sobre os óleos semissintéticos ou de base sintética, esse é o resultado da mistura do óleo mineral com o óleo sintético.
Eles podem ser misturados desde que o fabricante do carro preconize o uso de óleos minerais, sintéticos ou semissintéticos.
Como mencionado, devemos seguir rigorosamente a recomendação do fabricante do veículo ou do motor. Se o manual disser que pode ser usado, siga a especificação definida!
Todos os fabricantes dos lubrificantes informam no rótulo do lubrificante o período de validade do produto (que é longa). O importante é manter o óleo lubrificante armazenado em locais secos e longe das intempéries.
Existem leis que regulamentam essa atividade (Lei Federal 12305/2010 / Resolução Conama 362/205. Para o reparador o melhor é adquirir, gratuitamente, uma apostila chamada” gerenciamento de óleos usados e contaminados”, desenvolvida pela APROMAC, baseada na resolução CONAMA 362/06.